Melancólica

E um dia ao revirar as páginas do álbum digital,

surge a saudade de tempos não vividos.

Uma memória alheia que te causa dor, uma dor que soterra

pois a jovialidade da sua vida já se foi.

Ao juntar os cacos da inocência, sangue brota das feridas

e lágrimas dos olhos, outrora inocentes, hoje incapazes de sorrir.

O mundo gira e com ele os anos rodopiam como carrosséis, subindo e descendo, apenas matando o tempo, com uma morte lenta e pesarosa.

A garotinha de meias 3/4 brancas e sapatos colegiais,

espera pelo ônibus de cor amarelo ouro sem saber se um dia este voltará.

Perdida ali com seus cabelos esvoaçantes e desarrumados

após o dia cansativo na escola, esperando ansiosamente pelo futuro, um futuro onde esta será a 1ª bailarina do balé russo, ou a 1ª astronauta, o futuro que, mal sabe, não existirá.

O céu chora por ela, pequenas gotas de dor, decepção.

Sem saber, a garotinha larga a mochila e começa dançar despreocupadamente na chuva.

Dança docemente no temporal, um ritmo diferente, nem tão lento, nem fugaz.

A doçura da inocência, a inveja da melancolia.

Sindelll
Enviado por Sindelll em 06/08/2013
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