NÉVOAS DE AGOSTO;
NÉVOAS DE AGOSTO:
O frio intenso, o vento gelado que vinha do sul,
Levavam as folhas mortas, pelas alamedas vazias,
As calçadas molhadas, poucos passantes,
Naquele entardecer, melancólico,
Trazia lembranças,
Ainda lembrava do rosto de Vanda,
A fitar-me de sua janela,
Do sobrado em frente,
Naquela rua da minha meninice,
Rua alegre dos dias frios e ensolarados,
Onde na calçada brincávamos inocentemente,
Éramos um bando de crianças felizes,
A correr, a gritar em divertidas algazarras infantis,
Doces tempos, ternas recordações,
Hoje o frio intenso do mês de agosto,
Fere não só o corpo cansado,
Mas a alma,
A saudade bate forte,
Aquele rosto que fitava por entre as névoas,
Foi-se, partiu num dia qualquer,
Levando consigo minhas esperanças e sonhos,
Minha primeira desilusão,
Vanda, a menina da janela em frente,
Meu primeiro amor,
Meu inalcançável amor,
De menino,
Desvaneceu-se,
Assim como as névoas de agosto,
Valmirolino.