Natimorto
Eu também já não soube explicar
O que dizer direito
Porque eu não tinha peito
Porque eu já tinha feito
E já não tinha mais jeito
Porque bastava fugir, correr
Deixar o corpo pra trás
Dizer "não faço mais"
"Como é que fui capaz?"
E tentar viver em paz
E em poucos palavras dizer mas esconder o realmente
Que fosse melhor, de repente
Falar de boa o que sente
Mesmo que ficasse claro indiretamente
Que seja assim, então
Põe terra, esquece, sela e despacha o caixão
(Não esquece as flores, o terno, o blush e o algodão)
Para o natimorto que nem mereceu oração
Pois é, meu bem
Foi "crime sem castigo"
"Apenas dois amigos"
Celebrando a vida
Rezaram apenas [um]
Amém