Prisão...

Outrora vivia-se mais tranquilo, parecia-me que o tempo não tinha tanta pressa de passar. Será que vida era mais simples, menos agitada?

Tinha-se tempo para comemorar o Ano Novo e um longo tempo pela frente pra se esperar outro Natal e nesse ínterim tantas coisas eram feitas e comemoradas.

Hoje percebo que num piscar de olhos, o ano já acabou e que os tempos já são outros, mais modernos, mais tudo de bom, mas tão desvalorizado...!

Por onde andam os seresteiros, os apaixonados pelo luar, cadê as brincadeiras das crianças ao entardecer?

Onde estão as meninas que brincavam de bonecas, cadê a conversa agradável embaixo do arvoredo?

Não vejo mais ninguém debruçado nas janelas, já não ouço tanto o cantar dos passarinhos, meus olhos se acostumaram com o cinza das faixadas dos prédios.

Não sinto mais o perfume das manhãs ensolaradas...

O tempo passou como o sopro do vento que leva as folhas mortas.

Passou e trouxe com ele novos hábitos, nova maneira de se viver a vida, apagou o tempo de inocência das crianças, desfez costumes antes tão conservados.

A liberdade hoje está em alta, pensamentos e atitudes são liberais, não se tem mais respeito pelas pessoas, a vida deixou de ser o nosso bem maior e precioso.

As pessoas que antes podiam ficar debruçadas nas janelas, hoje sentem-se prisioneiras em suas próprias casas, com as janelas abertas pra rua, mas com grades feito uma prisão.

SP/07/2013