FESTA JUNINA:
A FOGUEIRA DE SÃO JOÃO:
Candinha pulava a fogueira na noite fria, sua graça encantava,
Jorge na sua meninice sonhava,
O sanfoneiro tirava acordes em sua velha sanfona desafinada,
O povaréu dançava quadrilha empolgada e alegre,
Dona Maria cozinhava o milho e a batata doce, no panelão de barro,
Seu Baltazar em cima dos seus oitenta e poucos anos, apenas recordava,
Uma lagríma rolava por sua face enrugada, ninguém notava,
O pau de sebo, a corrida do saco, o ovo na colher, a paulada na maçã,
E tantas e tantas brincadeiras, na noite fria do bom santo,
Assim era o mês de junho, mês dos santos, Antônio, João, Pedro e Paulo este ultimo quase sempre esquecido,
Noites de quentão, lá pras bandas do sul muito pinhão assado,
Casamento na roça, a menina cheia de sardas com o moleque mal enjambrado no seu paletó roto e sua calça pega marreco,
Tudo era festa, tradições trazidas de além-mar uma mistura de caipirice e saudosismo de outros tempos a reviver na alma simples de um povo,
Que mesmo sofrido não deixa de dançar e cantar suas histórias.
Assim me lembro das festas juninas,
Da minha meninice,
Cheia de fantasias e alegrias.
Valmirolino.