DEPOIS DOS SETENTA

Atravessei a linha dos setenta, passei p'ro outro lado,

A vida é outra, é diferente, tem maior valor e qualidade.

Fiquei sem contactos, sem convívio, sinto-me isolado,

Voltei ao tempo de creança, esqueci toda a maldade.

Deixei de ser alguém egoísta, sou muito mais humano,

Tornei-me mais solidário e sensível, estou muito atento,

Já não vejo o Mundo a cores, vejo-o a preto e branco.

Sou agora poupado, amealho p'ra manter meu sustento.

Considero-me um privliegiado por desfrutar da vida

À minha maneira, sem compromissos e sem ilusões,

Vivo de verdades e não de mentiras, sinto emoções

Com as dificuldades doutros setentas sem guarida.

Passei à escrita o que vejo e sinto, usando a poesia,

P'ra denunciar e protestar das injustiças e ofensas,

A que estão sujeitos muitos dos além dos setentas

Que se desencontraram com a vida numa esquina.

Ruy Serrano, 28.06.2013, às 22:00 H

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 28/06/2013
Reeditado em 29/06/2013
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