AS HORAS
O pêndulo
pula espaços.
Lança-se solto.
Solta os cadarços.
Retas verticais.
Riscam os espaços.
A dormência da tarde
Confunde-se
à indolência do aço.
Como hóstia, sol ou
lua espacial.
Exala gemidos ritimados.
De vem e vai.
Sem igual.
E deixa à boca a sensação
de ter sido um dia.
O som
Em música, se transforma.
E o compasso
Marca pautas, de segundos, minutos
Tempos e horas.
Enfim, empresta à tarde.
Velhas novas vestes
de presentes tão normais.
Só o gato,
tão contente.
Imita o som
- em seu miado -
de quero mais!