À cidade das lagoas:
À cidade das Lagoas.
Rio grande das aguas,
Plácidas e límpidas,
Recortada pelo verde das matas,
Emoldurada igual quadro impressionista de Monet,
De rara beleza em seus recantos de paz,
Terra de ilhéus, vindos de além-mar,
Terra de lutas e batalhas,
Terra da fartura,
Trabalhada por braços fortes,
Dos Açorianos que a ocuparam,
Rio Grande da abundância pesqueira,
A desfilar velas aos mastros,
Mantendo os costumes dos velhos pescadores,
Que tiram das aguas o alimento farto,
Rio grande do por do sol dourado,
Que deleita os poetas que o exalta em versos,
Rio grande meu canto, meu aconchego,
Nas horas alegres e tristes,
Rio grande meu porto, seguro,
Rio grande meu nascedouro,
Meu ponto de partida, para novos voos,
Rio grande dos meus ancestrais,
Índios, Negros, Ultramarinos,
Homens do mar,
Pele curtida pelo sol,
Pelo vento, pela maresia,
Que enruga, mas enrijece,
Terra de sonhos,
De cantares em noites de lua cheia,
Das gaivotas a bailar,
Num ligeiro arremesso e mergulho,
Em direção ao mar,
Rio grande terra marinha,
Pequeno pedaço deste planeta agua,
Onde um dia quero descansar em
Paz.
Valmirolino.