DOCE ESPERA
O Carteiro da minha rua
Andava sempre disposto
A curvar-se diante da minha porta
Eu o aguardava diariamente
Espiando pela fresta da vidraça
Que se quebrou com o tempo
Eu ainda esperava pelas cartas
Que viriam cheias de surpresas
Trazendo de longe notícias de Tereza
Mas tudo derrepente ficou tão distante
Ficou lá atrás o ziguezague do carteiro
Errante, pela rua que já desapareceu
Hoje é outro tempo
Uma nova rua
Uma nova lembrança
Hoje é outro carteiro
Já não é mais a mesma casa
Já é outra vizinhança
Já é outro amor
Já é outra vidraça
Já é outra espera
Outra saudade
Outra Tereza
Outra quimera