DOCE ESPERA

O Carteiro da minha rua

Andava sempre disposto

A curvar-se diante da minha porta

Eu o aguardava diariamente

Espiando pela fresta da vidraça

Que se quebrou com o tempo

Eu ainda esperava pelas cartas

Que viriam cheias de surpresas

Trazendo de longe notícias de Tereza

Mas tudo derrepente ficou tão distante

Ficou lá atrás o ziguezague do carteiro

Errante, pela rua que já desapareceu

Hoje é outro tempo

Uma nova rua

Uma nova lembrança

Hoje é outro carteiro

Já não é mais a mesma casa

Já é outra vizinhança

Já é outro amor

Já é outra vidraça

Já é outra espera

Outra saudade

Outra Tereza

Outra quimera

Paulo Del Ribeiro
Enviado por Paulo Del Ribeiro em 13/06/2013
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