Bons ventos
Ontem, numa lufada de vento,
Me vi numa sala de aula de história.
Tinha apenas 13 anos e meu professor
Um grande navegante da vida
Sabia, com perícia e simpatia, conquistar
Os mares e seus alunos
O nome dele: Tacariju
E o seu barco à vela era o “BU-III”
Muitas vezes campeão internacional
Soube, ontem, sem querer, que velejou
Até os 80 , grande Timoneiro
Levado pelos bons ventos
Sobre nuvens, aprendi muito, só de picardia
Pra zoar o professor de geografia, que ameaçou,
Para a turma bagunceira, dar nota zero .
Tirei 10, mas agora vejo que era mais importante
Estudar os ventos
Pois estes, sim, é que derrubam a gente
Vento forte, vento fraco
O que faz andar o barco não é a vela enfunada,
mas o vento que não se vê,
Já dizia Platão.
O bom navegador é o que sabe aproveitar o vento fraco,
Nunca deixando o barco parar
Talvez por isso tenha sempre apreciado a brisa
E é nessa aragem que vou navegando
E me aproximando devagar
Do meu porto feliz.
Republicação do poema de 2011. Com exceção das três mineiras: Maria Mineira, Marina Alves e Lilia Costa, que leram na época o poema "Bons Ventos", meus demais amigos e amigas, por algum motivo, deixaram de ler este poema lírico e nostálgico.