Torrinha Branca
Enfim as salinas adormeceram a tristura,
Com Macau lá na ponta,
Chão de telha e torrinha branca.
Macau terá seus habitantes de sal,
Sal magnífico.
Sendo uma das indústrias
Em que mais se perde matéria-prima,
Essa perda nas terras salineiras
Do Rio Grande do Norte
É compensada pela facilidade
De cristalização do sal
Por causa da violência mucuda
Do sol e do vento
E a impermeabilidade do solo.
Das terras salineiras
Que a elas estão aforadas.
Mas que boniteza de salinas!...
Graças a Deus ainda não perderam
A sensação metafórica de Holanda
Que davam pros sabidos.
Os moinhos foram sendo substituídos
Por motores elétricos,
Menos visíveis na paisagem
Que pra logo ficara
Tão-somente sal e Sol,
Uma geometria em luz.
Nos baldes a água crespa,
Nos cristalizadores a larga quadra alvinha,
A reta da estrada, quilômetros!
No meio e as pirâmides brancas,
Branquíssimas quase todas,
Túmulos de ninguém,
5, 6, às vezes mais metros.
É uma maravilha.