Recordarás
Recordarás das tarde, com aroma de maresia.
Quando as gaivotas brancas voavam no céu.
Das ondas agitadas, às vezes verde mar,
às vezes verde esmaecido.
Das ondas e das espumas a rolar queixosas.
Sussurros do mar, ou mesmo a voz de um coração ferido.
Golpes contra as pedras, sem docilidade.
Das gotas azuis que se tombam por fim.
E eternamente tudo volta a ser o que era, e a ser nada...
Deslumbrante e enigmático, movimento do mar.
Que na imensidão, destrói calmamente castelos de enlevo.
Nas tramas desse tecido invisível e imenso,
e das incessantes ondas brancas.
Recordarás sempre da ternura de pés descalços,
caminhando pela areia quente.
SP-04/2013