DO SEU JEITO

Foi de um, de outro, de todos, quase,
Que passaram por ali,
Se entregou às suas metáfrases
À intensidade de seu frenesi.

Vida vivida a vinho e sexo,
A noite era sua companheira,
Entre olhares acesos, perplexos,
Exibia a nudez inteira.

Mas, nem tudo é carnaval,
Nem tudo é esto, evoé Baco,
O vento levou seu esplendor sensorial,
E agora, o panorama é opaco.

Encerrada em sua estreiteza,
Pouco a pouco a alma se rende,
Ao tempo, à força da correnteza,
Mas, ela não se arrepende.

Viveu... navegou no voluptuoso leito,
Deu vazão aos seus loucos afãs de mulher,
Cada um faz da vida o que bem quer,
E ela fez; do seu jeito.



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LEMBRANÇAS

 Este jeito contrafeito,
eu bem sei não é o teu,
de há muito eu sabia
que muita água corria...
maioria se perdeu.

 Sou como sou,
um pássaro que já voou
por lugares bem distantes,
guardou consigo uns instantes...
O resto, o vento levou.

 Agora na meia idade
sinto bater a saudade,
porém nada volta atrás.
E digo não me arrependo,
às evidências me rendo:
afinal, foi bom demais!

(HLuna)