CAFÉ

Acordar de manhã cedinho,

sentindo o seu cheirinho.

Não há nada que pague um café quentinho.

Que lembranças me trazes!

Da minha infância, oásis.

Porque na mangueira o sabiá piava,

a passarada cantarolava,

gorjeando o amanhecer.

Não há mais os tempos de outrora,

mas é ainda especial a minha aurora,

permeada pelo teu fazer.

O tempo passou, se foram as pessoas

mas que memórias saborosas acompanham um café.

Tradição! Essa é das boas!

Ninguém poderia ser mais do que é,

senão por um ato de fé.

O dia começa e há muito a ser feito

lá vem a travessa atendendo o meu pleito.

Em um gole quente,

e bem de repente

lá se vai o café pelo meu peito.

Para não esfriar o meu pretinho,

vou saindo de mansinho.

As palavras se acabaram, a poesia já se exauriu

ainda bem que meu café não sumiu.