DIVAGAÇÕES

Só preciso ser agora

aquela que eu não queria.

E derramar-me sobre o tempo

como a última certeza do dia,

quando aponta no horizonte

aquela estrela que não nos guia

mas deixa uma luz descansada

sobre a noite peregrina.

Noites dos vasos sem água,

dos portais enferrujados.

De olhos que há muito se perderam

do brilho dos olhos amados.

Assim, acordamos as horas

pra pensar, sentir, viver.

Nenhuma arte nos ensina

a arte de esquecer.

(Direitos autorais reservados).