Fotografia da aurora
(tirada em 19 de março de 2.006)
Peço licença aos fotógrafos
Para tentar fotografar
Com minha caneta
Fotográfica o magnífico
Nascer do sol deste
Último dia de verão de 2.006
6:15 da manhã
Mais ou menos por aí
Três camadas de céu
Por todo o horizonte
Com cores
E funções diferentes
Primeira camada:
Cinza-escuro-avermelhada
Aos pés do horizonte
A faixa de poluição
Tão indesejada
Tão presente
Segunda camada:
Azul-turquesa-fim-de-noite
Cerca de três dedos
Acima da poluição
Anúncio da noite que
Não falha em amanhecer
Terceira camada:
Azul-escuro-noite-que-ainda-resta
Palco da lua e das estrelas
Hora romântica ou solitária
Hora de beleza ou de frio
Depende do coração
Momento especial é o que
Tentarei eternizar
Nesta foto
De todas as belezas que já vi
Como esta não me lembro
E dela não me esquecerei
A estrela da manhã
Acabava de acordar
E no seu espreguiçar
Como todos fazemos
Antes de levantar
Dava bom dia ao dia
Num bocejo
Lançou feixes de luz
Raios dourados no ar
O dia batendo à porta
Da noite querendo entrar
Enquanto todos ainda dormem
Menos o poeta que
Para fotografar acorda antes
Do sol e prepara sua
Máquina, limpa a lente
Respira fundo e tenta
Achar o melhor ângulo
Cinco feixes de luz dourada
Leste, norte, oeste,
Nordeste e noroeste
Como o suave brilho
De uma jóia refletido
Num olhar maravilhado
Quem olhasse displicente
Para tão rara beleza
Não veria nem feixe de luz
Nem a manhã
Cobrindo a noite, sem pressa
Com seu delicado véu
Terminado o espetáculo
A lua ainda estava lá
Rejubilando-se pelo
Inesquecível espreguiçar
De seu amigo que nunca
Falha em amanhecer o dia