CASA DA MINHA INFÂNCIA

A casa amarela onde morava

na rua da Enseada

continua a mesma

onde brincava e passeava.

No corrimão da vida

ponho-me a lembrar

das coisas do lugar.

O calor do pensamento

pauta incandescente

de uma infância livre e descente.

Ah! Saudade que aflora

dentro da nova fase da vida,

velhos tempos de outrora

quando se fecha ali,

mas a porta da lembrança

não tem fechadura...

o tempo volta de cabelos brancos

passa pela janela da vida

na viagem querida.

Desço a escada do viver,

Lembrando de tudo

lembrando de você,

infância pobre, mas bem vivida,

dou-lhe chave de ouro

pela pureza, pela beleza,

do contato com a natureza...

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