VOVÓ AMELINHA

Paisagens existem para serem lembradas;

Pessoas existem para serem amadas,

Lembradas com um amor que não se entende,

Mas que é toda a verdade,

Toda a felicidade,

E toda a eternidade que existe na gente!

Pessoas são sementes que plantamos no coração;

Umas germinam, crescem,

E frutificam na estação da amizade!

Outras germinam, mas fenecem,

E ficam na frialdade do chão,

Porque não havia o insumo da sinceridade!

Manhã de céu aberto, era mais um dia,

Um dia igual a todos os dias da minha infância,

Da minha infância que era feita de alegria,

Alegria que ainda recordo

Hoje em dia, nas manhãs em que acordo

Com o olhar perdido na distância!

A saudade me faz lembrar de vovó Amelinha,

Sentada à sombra de uma laranjeira...

Cinco anos de idade eu tinha

Naquela manhã de quarta-feira!

Com a sua voz baixa e carinhosa,

Ela me contava a história

De Branca de Neve e os Sete Anões,

Que nunca mais me saiu da memória,

E me presenteava com belas emoções...

Quanto de Deus havia naquela alma generosa!

Não sabia eu que no domingo

A luz da minha avó na Terra chegaria ao fim;

Todavia, o amor que nos unia era tão lindo,

Tão luzente, e tão coroado de paz,

Que as mãos ligeiras do tempo jamais

Ousaram tirá-lo de mim!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 23/03/2013
Reeditado em 24/03/2013
Código do texto: T4204083
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