RELÓGIO DA MEMÓRIA

Abriu as janelas
Deixou a brisa adentrar.
Tentou fechar as portas do tempo,
Queria as lembranças ocultar.

Quedou-se...
Ventos fortes sopraram.
Escancararam as portas,
De um tempo, atemporal.

Vislumbrou... 
Cenas tocantes,
Outras revoltantes.
Desejou possuir
Naquele instante,
Uma borracha mágica, 
E com ela,
Apagar fatos inconvenientes.
Porém, não a encontrou.

Levantou-se...
Decidida, escolheu a vida.
Olhou-se no espelho,
Equilibrou os joelhos.

Ajeitou os ponteiros,
Do relógio da memória.
Disciplinou a hora.
Poucos segundos reservou,
Para recordar a dor.
No entanto,
Para lembrar do amor,
Muitas horas projetou.

(Imagem, Lenapena: New York)

Lenapena
Enviado por Lenapena em 14/03/2013
Reeditado em 17/03/2013
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