MOINHO


Gira a roda,
Esmaga sonhos,
Vira as páginas,
Move
O moinho.
 
Jorra a água nova.
 
Os raios da roda
Presos ao centro
Jamais se quebram...
 
Na torre, dormem
Corujas,
Pombos,
E o vento faz
Com que abram
Os olhos sonolentos
E lembrem...
 
Gira a roda,
Sob as nuvens cinzas
E o  céu azul,
Encimando
A grama verde
E as flores mortas.
 
Ah, que sede,
Que sede de vida,
Que gosto de morte,
Nessa água que escorre
Da roda que gira!
 
Velho moinho
Que é visto, ao longe,
Pelo caminhante
Que pisa em espinhos!
 
Parece uma fonte
Que salva,
Resgata,
Apascentando
A sede que mata!
 
Mas há as corujas
Dormindo na torre,
Há o vento,
Os pombos melancólicos
No escuro...





 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 04/03/2013
Reeditado em 24/09/2016
Código do texto: T4170882
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