As palavras
Vesti minhas máscaras
subi no tablado
abriram-se as cortinas.
Eu e minha arte efêmera.
Sublime, mágica
e cruelmente rápida.
Cravei-me no palco,
ma já não adianta:
as luzes se apagam,
as palmas se calam,
mas o espetáculo deve continuar:
que cheguem os novos atores.
Nos intervalos
viajo em mim
e busco uma rosa.
Porque as palavras
tão singelas e lindas,
essas sim,
nunca morrem.