Lembranças
(Qualquer colocação sobre os meandros incontáveis do amor já é pura poesia, mesmo que careça de dotes literários, vale a pena a ousadia...)
Você lembra?
Quando chegava e me via
Na mesa de atendimento
Com fila que se perdia
Sob meu olhar atento
Pela tua vez sofria!
Impaciente esperava
Tua vez se aproximando
Sorria enquanto eu sonhava
Nossos olhos se encontrando
Aos poucos você chegava
Depois de tão longo tempo
Ficamos frente a frente
E sem constrangimento
Nos beijamos ternamente...
Lembranças em nossas mentes
Dos nossos encontros furtivos
No final dos expedientes
Dos dias de abraços lascivos
Em saudosos lençóis quentes
De tuas visitas freqüentes
Só me resta lembrança
Como canções dolentes
Onde o coração dança
Em compassos frementes...
É preciso ir em frente
Tudo tem mesmo um fim
Momentos da vida da gente
Pedaços perdidos de mim...
Paulo de Tarso