Aprontando de novo.
Era uma manhã de sol escaldante, eu sempre muito levada aprontava as piores peraltices da casa e deixava minha mãe desesperada.
Numa dessas tardes de sol, eu peguei uma bacia de alumínio, dessas que tem em toda casa da roça; coloquei a bacia na cabeça e rumei pro açude, peguei um pedaço de pau, entrei na bacia e com o pau empurrei o barranco afim de fazer daquela bacia um barco.
Empurrei repetidas vezes até que comecei a rodar, rodar, rodar e ir pro centro do açude,dessa vez não tinha como gritar, o medo era tanto que eu travei o corpo, a bacia girava e eu tremia.
A bacia foi adentrando o açude, foi quando "novamente" meu irmão mais velho que estava pescando num barranco, me viu e pulou na água para me resgatar. Dessa vez eu não escapei de um castigo não, fiquei proibida de andar a cavalo, buscar frutas silvestre e subir em árvores...Mas isso só durou uma noite e um dia, eu sempre escapava dos castigos e não demorava para que meu pai ouvisse minha mãe falando: " Aquela neguinha safada sumiu de novo".