Esperando a borboleta...

Nasci sem asas,

Nunca voei.

apenas em sonhos

que me senti

livre e solto

Pairando por mundos

Sobrevoando horizontes

Acordava

Sentia o gosto

de estar na Terra

Amargo ou não...

Que importa?

Quem se importa?

Não nasci para voar...

Mas um dia ela apareceu

Era um simples casulo

Grudado na janela

Como se fosse um sinal

Olhei sem entender

Por que aqui?

Por que eu?

O tempo passou...

Numa linda manhã

O casulo transformou-se

Linda borboleta!

Asas azuis

Fisuras douradas

Como se fosse

o retrato de uma manhã

Uma bela manhã de sol

Eu sorri com a cena

Ela pousou em minha mão

Como se agradecesse

Um zelo que não tive

Um amor que não senti

Eu era só curiosidade

Se sentiu isso? Não sei!

Apenas a vi bater asas

e voar como num balé

Para um nunca mais

Sem um adeus...

Às vezes olho para o céu

Na expectativa de vê-la

De senti-la pousar

Na minha mão

No meu ombro

No meu coração

Para que eu pudesse

Falar de coisas que não falei

De segredos não revelados

De sentimentos guardados

De amores frustrados

Dessa amargura de estar só

Por que não a entendi!

Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 16/03/2007
Código do texto: T415367