Incrível inexistência
Incrivelmente que não existe
A alvorada abrasadora
Onde nos aprazávamos à hora
Quando o desejo era persistente
O teu excitado corpo enciumava
A penetração do meu olhar
No teu peito molhado a abraçar
Minhas intenções na grama
Bem que fui rever
Com os olhos meus
Abafados sem sonhos seus
A areia onde desvendei o teu sentir
Aí, não faz sentido esquecer...
Aquele lugar onde
Quão lindo no horizonte,
O luar cintilante descia para nos adormecer
Não existe!
Mas aquela alvorada sem caos...
Lá onde as minhas ousadas mãos!
Trilhavam nas delícias do acoite
Não existe!
O bem-querer da madrugada,
Onde o mar e céu lindos
Me diziam para te amar com gritos...
E jamais machucar a tua surpresa inexplicada
Por que sempre desejei tal cálice...
Só o ondular do mar na alvorada!
Me faz recordar
Da doce paixão gravada,
Nas areias húmidas do mar…
Benguela, 10/7/2004 – (Praia Morena).