ALMAS ETERNIZADAS

Nossos corpos fustigados de loucura

Se atraíam inevitavelmente nas areias

Da baia azul, onde das místicas sereias,

Apaixonados, nós sentíamos a doçura

As longas noites vividas de felicidade

Celebravam ao mar sereno tal romance

O céu estrelado lá era somente você

E eu via nossas almas atingido a eternidade

O conforto do meu interior

Era tão evidente que o desespero

De sair de lá me induzia ao mosteiro

Pois da água cristalina tu eras superior

Tantas e maravilhosas lembranças

Gravadas nas tenebrosas montanhas

Que em suas pedras sólidas e castanhas

Se retratavam nossas utópicas transas

Os envelhecidos sonhos aconteciam

Naquela longínqua e baia imaculada

Onde de pejos os outros adormeciam

Na tenda azul brilhando na alvorada

As peripécias de quando o fogo

Se apagava e as carícias do gostoso

Amor que, à nós tanto embriagava

E o desejo de suicídio ali não assolava

Quando o seu não era perigoso

O sim! Então salvava a emoção

Que apressadamente ia do coração

Para deleitar teu seio fogoso…

O mundo esquecido de verdade

O alimento aquecido aos beijos

Que o intruso confundia com desejos

Virou enternecido o amor da saudade

Escrito na Baia Azul, em Benguela, em 18 de Fevereiro de 2007. Dedico este poema primeiro à minha namorada à Bita, a sua prima Solange e Paulo, bem como ao Choa e Nanda.

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 15/03/2007
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T413239
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