A FONTE, O TEMPO E O PUDIM

*

Almoço de verão,
saudade, comoção e ternura,
lívida sensação,
prenúncio de ausência em clausura...

Maculo um espêlho d'água
em romântica fonte diante de mim,
percebo sem uvas uma ereta mortágua*,
com você a meu lado neste jardim...

Num afago de mãos
tentamos esboçar,
numa sútil expressão,
o que reluta o tempo apagar...

Nem toda finitude
tem seu fim;
há amores em quietude,
igual a este assim...

Sem desamor,
te afastas de mim;
me sabes sonhador,
meu amargor enfim...

Me compensas em calda,
licorosa e caramelizada,
doce ornamento em grinalda,
aqui ora predestinada:

Boda ou Festim,
nosso eterno Pudim!

*


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*Mortágua= Variedade de videira.

















interação, Maurilio Gabaldi Lopes

SUA FOTOGRAFIA


Até hoje me lembro daquele suave lugar.
O sol, a rocha, o mar você e seu olhar...
Apenas em minha mente, pude fotografar.
E comigo, carrego eternamente,
ou, até minha luz se apagar!

























interação, poetisa - SanCardoso



FAMÍLIA


As mãos a entrelaçar
Temperos e medidas
Misturas a agraciar
Festejam nossas vidas




























interação, Zuleika dos Reis


A Fonte, o Tempo, o Pudim


um título clássico a seu modo
um título oriental onde adivinho
a presença de uma donzela
dessas donzelas imortais
dessas de que um bardo não se esquece
nem ela, do bardo que a encantou.

Talvez, donzela vinda das ruas da Infância
e toda Infância é Encantada
mesmo nas partidas
que o que está Encantado
vive para sempre
na vida que é Mudança
a Fonte que jorra sempre.

o Doce que adoça a boca
o Tempo que
mesmo deixando de ser
sempre é
ainda que na Memória
que Memória é Vida, também.





























 
Facuri
Enviado por Facuri em 01/02/2013
Reeditado em 18/08/2015
Código do texto: T4117944
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