Arte e Poesia
Todos nós deliramos
possuímos desejos diversos
somos contradições.
Temos imensos anseios
antíteses do que sentimos
o arder das paixões.
Amamos e comparamos
o nosso amor ao máximo
a beleza da natureza.
Enfim, todos vivemos
experiências retiradas da vida
de alegrias ou sofridas.
A questão está aí:
para a poesia e arte literária
qual o grau de depuração
que um poeta se esforça
para dar força aos seus versos
e a inspiração de sua emoção.
Como os mesmos possam adquirir
a definição de arte e literatura.
Mas o que é a literatura?
Se há inspiração ou não
a literatura da conta disso
ou é só o exercício do ofício!
Os nossos dramas, medos,
incertezas, a inveja, o amor,
a dor, o sofrimento e a solidão.
O encontro, os desencontros,
a bondade, a generosidade,
a beleza, o ódio, os et ceteras.
A arte está em concentrar
o elemento humano em um formato
que pode ser a literatura,
a música, a fotografia, o cinema, o teatro.
O texto poético deve suscitar
a reflexão e a emoção da criatura.
E a musa? A musa faz parte desta profusão
de ocorrências, esperanças e solidão.
O poeta é um exímio catalisador
dos dramas da vida. E, por fazer parte dela
pode falar de seus tropeços, de seus amores
e de suas dores. Este é o seu preço.
Pode inspirar-se no dorso,
nos lábios, nos olhos, nos peitos
e, até nos trejeitos de sua musa.
Ao despertar no poeta o desejo
de se debruçar sobre o papel em branco
saberá que o poeta tem algo a lhe dizer.
Somente ele poderá utilizar
com propriedade os recursos da língua
e dar forma ao que lhe inspira.
Ao que apreende do mundo e do momento
pode ser da vida real ou imaginária,
ou à observação arguta do viver, sentir e pensar.
A arte está em dar forma a este turbilhão de emoções e sentimentos.
Poema de Maria Regina