NAQUELA VELHA CASA
Naquela feérica e velha casa
mantenho, na memória, pinturas das paredes
sempre alvas e novas, além dos tijolos
recém-assentados que vibram e estalam
sob um revigorante perfume de barro,
cimento fresco e massa-corrida.
Essa fabulosa e aprazível casa,
habito-a n’uns laivos de juventude
ao eterno ocaso da imortalidade perdida.
Sua imponência, dia-a-dia soeergue-se
n’uma ínfima réstia de completude insurrecta
que assusta de esperanças o meu tempo
em seu andar firme, de pegada reta.
É só por conta daquela remota casa
que, de susto e surpresa, me ressuscito
envolto de horas loucas e arredias
nas poentes poesias das minhas tardes...