DOR DE UM ADOLECENTE

Nestas manhãs frias de inverno

Rogo a Deus que a chuva não caia

Me imagino um Dr. vestindo ‘Terno’

Mas uso jornal no lugar da saia

O vento minuano que gela meu rosto

Parece um Iceberg no pólo norte

Ás vezes reclamo a falta de conforto

E a infância pobre esperando a sorte

A calçada e papelão no lugar da cama

Me acolhe e afaga no relento mórbido

Sem ter o que comer mamãe reclama

Deste mundo ingrato, cruel e sórdido

Vez que outra aparece um cidadão

De corpo esbelto e olhar profundo

Até parece que tem compaixão

Divide alento como poucos no mundo

Eu sei que um dia terei futuro

Pois vejo no homem um pouco de esperança

Trocarei este chão batido por algo seguro

Como: um lápis, um caderno e um pouco de confiança.