Funeral

Aqui jaz, primeiramente,

Um filho

Uma vez que antes de tudo

Nasceu.

Aqui jaz, por consequência

Um irmão,

Já que mal nascia e já existia

Uma irmã.

Aqui jaz, sem tanta cerimonia

Neto, bisneto, sobrinho, primo...

E mais tudo o que tem direito

Em uma família.

Aqui jaz um aluno,

Aqui jaz um colega,

Aqui jaz

Um eterno aprendiz.

Aqui jaz um amigo,

Aqui jaz um amante

Aqui jaz, de uma forma

Ou de outra,

Um sonhador

Ele tinha tantos desejos

E pedidos

Mas morreu antes da meia

Noite.

Agora é escuro,

Frio e calado,

Cavalgando com velocidade

Olhos vermelhos e olhar

Tão triste

De quem já se foi e

Nada mais sobrou.

As fracas ligações do passado

Se romperam.

Então parte de sua história

É uma lápide

Agora, aqui Jaz ele

E aqui eu estou.

E não há arrependimentos,

Não há lembranças

Todas morreram

Com o meu antigo corpo

Que agora aqui Jaz.

Acompanho o apodrecer

Das correntes

E o deteriorar

Das mentiras.

Agora, livre e morto,

Vivo a noite de insônia

E de diversão sem

Promessas e mentiras.

Mas poucas vezes

Venho visitar

Meu túmulo vazio

Solitário e esquecido,

Que foi superado

Com lágrimas secas

Por família

E amigos.

E desse passado

Egoísta

Fica a lembrança

Na lápide branca

E está escrito:

Aqui jaz.

Victor Yomika
Enviado por Victor Yomika em 28/10/2012
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