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CONTEMPLAÇÃO


Às vezes eu acho
Que meu tempo passou,
Estou além
Do que deveria.
Buscando sentidos
Eu mergulho
Nesse caudaloso rio
Sem fundo e sem margens.

Às vezes eu penso
Que não deveria pensar tanto,
O melhor seria
Abstrair, ir levando,
E de repente, eu me perco,
E de repente, eu me espanto.

A história não acaba,
A história continua,
Retilínea, consagrada,
A história é macabra.

E um dia, sei que o livro
Há de fechar-se em um baque,
Cessando cada lembrança,
Apagando cada mágoa.


*
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 10/10/2012
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