CONTEMPLAÇÃO
Às vezes eu acho
Que meu tempo passou,
Estou além
Do que deveria.
Buscando sentidos
Eu mergulho
Nesse caudaloso rio
Sem fundo e sem margens.
Às vezes eu penso
Que não deveria pensar tanto,
O melhor seria
Abstrair, ir levando,
E de repente, eu me perco,
E de repente, eu me espanto.
A história não acaba,
A história continua,
Retilínea, consagrada,
A história é macabra.
E um dia, sei que o livro
Há de fechar-se em um baque,
Cessando cada lembrança,
Apagando cada mágoa.
*