Porque o eras
Hoje lembrei as nossas viagens.
O cheiro a mar e a erva recém cortada,
o sabor aventureiro das conversas infindas.
Hoje voltei aos antigos contos,
percorrer os espaços de asas abertas
que descobríamos e anunciávamos,
que fazíamos e criávamos.
Mas os sonhos são agora verticais na estante,
lombos fechados marcados com letra,
sem vibração, sem alento, sem dilema.
Hoje lembrei as nossas antigas viagens.
E pergunto...
Só pergunto...
A mão que te apanhou era mais rosada,
o céu que te engoliu era mais brilhante,
e fizeram a tua voz mais bela?
Tu, que eras belo porque o eras...