Para sempre
Jogo meu corpo na cama
Ela parece não me reconhecer
Os travesseiros já não guardam teu cheiro
O quarto, na penumbra, parece um fantasma
a me acusar por tua ausência
Rolo na cama
Ela parece mais larga que o normal
Um calafrio percorre meu corpo
não tenho forças para puxar o lençol
Fico inerte, muda,
escutando apenas o silêncio
As batidas do meu coração tornam-se lentas
O sangue foge de minhas veias
Minha respiração pouco a pouco vai sumindo
Dos meus olhos, lágrimas quentes queimam-me
Fecho os olhos para sempre.