Refém
Estou sentada à beira mar,
Sozinha, mais ninguém.
Balanço a cabeça:
Não, não quero as recordações!
Só quero estar aqui
A olhar pro horizonte
Perdido junto ao mar.
Mas elas insistem,
Não resisto,
Me deixo levar pra junto delas.
Uma hora estou no poço,
Grito: Alguém me ajude!
Poucas pessoas estendem as mãos,
Mas são estas poucas pessoas que acreditam quem realmente eu sou.
Outras horas estou na torre,
E mesmo que comigo nada tem de comum,
Não há espaço para mais ninguém.
Cansada de vagar,
Sento-me novamente à beira mar.
Daqui para onde fui,
É uma distância enorme,
Mas esta distância
Não traz o esquecimento:
Que eu sempre seguirei
Prisioneira das minhas próprias recordações.