De onde vim?
Eu era duas células apenas,
Hoje nem sei quantas,
Essas células se conheceram
Através do alcoviteiro Senhor Amor.
Resolveram celebrar o casamento
Na Catedral do Útero Materno
E surge o maior acerto da criação:
Nasce uma pessoa!
Serzinho bochechudo
Cheio de dobrinhas, gordinho
Só dormia, sujava fraldas,
Mamar era sua felicidade.
Aprendeu a engatinhar
Chorar já sabia desde sempre
Falou primeiro “mãmã”
Foneticamente mais fácil.
Começou a andar e falar
As mulheres adoravam
A covinha do queixo dele
Algumas queriam até casar com ele!
Foi para a escola
Não gostou e não gosta
Fez os primeiros amiguinhos
Começou a aprender o que é sofrer.
Sempre gostou de desenhar
O sol
Mas carro era sua paixão
E seu pai desenhava com ele.
Aprendeu a andar de bicicleta
Futebol parece que já sabia
Mas curtia mesmo
Futebol de botão.
Não se sabe de onde
Essa coisinha tirava
Tanta energia!
Onde é o botão liga/desliga?
Virou adolescente
Ou seria aborrecente?
Sei lá! Daí em diante
Dizem, perdeu a graça.
E todos lembram com saudade
Da coisa mais encantadora
Que nele existiu:
Um sorriso de criança.