SAUDADE
Às vezes eu fecho os olhos e volto no tempo!
Surgem as lembranças... E um misto de saudade
E a tristeza invade os meus pensamentos,
Então eu sonho... Fujo da realidade.
E em meus sonhos eu me vejo então criança,
Alegre e solta pelos campos a correr,
Colhendo flores, caçando as borboletas
E o sol dourado a brindar o amanhecer.
Eu também vejo belos rios, transbordantes
De águas limpas e peixinhos a pular,
Na correnteza a procura de alimentos
E as formigas em contínuo caminhar.
Vejo a floresta, intocada: um santuário
De pintassilgos, bem-te-vis e beija-flores
E, em constante serenata, os passarinhos
Cantam seus medos; os seus sonhos; seus amores.
Vejo abelhas incansáveis trabalhando
Colhendo néctar e transformando em alimento,
Homens, crianças e mulheres tão felizes
E nuvens brancas a enfeitar o firmamento.
Mas de repente eu abro os olhos... E então
Sinto que hoje é outra a realidade...
Já não importa porque vou voltar no tempo
E transformar em sonhos minha saudade!
Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva
(Poesia publicada em Talentos Wiki em 20/03/2009)