Este cheiro de saudade, me fez escrever "FINS DE TARDES!..." Cheiro de tudo que lembra o melhor que vivi!... Chacoalhando na memória passam os filmes (cenários do tudo de mais belo!... Preso nos laços do tempo).
FINS DE TARDES!...
FINS DE TARDES!...
Fins de tardes vêm trazendo
Lembranças da minha avó:
Os meus dias tão longínquos...
Minha imagem de criança!...
Meu pai jovem, no passado:
Meu amigo! Meu herói!
Minha mãe, que me cuidava,
E os passeios de mãos dadas,
Com estes que me amavam.
Fins de tardes!...Quando chegam!...
Trazem cheiro de saudade:
Cheiro de café quentinho...
Recentemente passado!
Cheiro de fogão de lenha!
E de milho verde, assado!
Do cuscuz, quando cozinha;
Castanhas em chamas, no caco;
Canjica feita no tacho;
Bolo saindo do forno!
E as estórias nas calçadas!
Fins de tardes!... chacoalhando!...
Lembranças acumuladas!
E eu querendo ter de volta
Meu pai, minha avó,
E tanta gente
Que ficou presa nos laços
Poderosos do passado.
Fins de tardes!...
São crepúsculos!...
Por longos anos contados,
E entre tantos crepúsculos!...
Muito de mim foi tirado:
Nunca mais poderei ver
Tantos que ficaram presos
Em crepúsculos do passado.
E em breve eu também serei
Mais um ser preso nos laços
Dos crepúsculos do passado.
Mas enquanto eu não partir
Continuarei relembrando
Dias belos que ficaram
Nos crepúsculos do passado.