JARDIM CONSTELAÇÃO

Como numa dessas calmas noites

A caminhar por uma nua rua

De repente

Bate uma saudade dentro d’alma

Açoites

E o pensamento ferido flutua...

Como uma imagem perdida na imaginação

A se encontrar num novo lar

No Eden...

Repousando dentro da mente

Proporcionando o sonho da gente

Iluminando o interior d’um crente

Uma pequena estrela cadente...

Como a luz dos olhos d’uma manhã

Que adormece com o silêncio

Contido num sorriso calado

Das lembranças

Por uma terna saudade...

Que brilha dentro do peito

Sufocando um coração ardente

Àquele que foi retido

Abrigo com calor em meu leito...

D’um barco a uma vela acessa

De uma palma a uma mão imensa...

A acolher-te pelos pecados

A orar tuas orações no branco véu

Recolhendo-te na boca do céu

Sentindo assim um gosto amargo

O verde sabor do fel...

Ao lembrar que esteves um dia

Num tempo já encoberto

Por uma força, uma vontade

Mas tivestes ali bem perto...

Lutando pela liberdade

Liberdade negra

Anti-racista...

Ou até mesmo

Por um aperto apertado de mãos

Num contra contraste de cor...

Como filhos de Deus

Somos todos irmãos...

Hoje como uma luz na noite

O luar

Que se encontra com o infinito do mar

Nas profundezas d’um oceano

O paraíso

De mãe uma lágrima

Um sorriso...

Estando a se recompor

Margarida

Sempre viva

Uma lástima de dor...

Numa roseira a esperança

De uma saudade

Uma sentença...

Neste jardim há um clamor

E esta estrela

Eternamente será uma flor!

Autor: Valter Pio dos Santos

(Poema dedicado ao Tio Zé)

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 13/07/2012
Reeditado em 08/03/2014
Código do texto: T3775581
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