Jóia rara

Jóias raras são assim:

Aparecem do nada!

Quando não se espera...

Por entre outras pedras e conchas

Brilhando...

Atingindo o coração com seu encanto

Tal como mineiro ou pescador

Somente coube a achar

Mesmo sentindo que algo diz

Que seu brilho era para quem a viu assim...

...Esperando...

...Mas calos nas mãos sujas de tanto abrir picadas na vida

O suor na pele tostada pelos fogos do sofrimento

As trôpegas pernas das andanças perdidas

E os odores ocres da permanente lida

Não o habilitam a essa ousadia

E fica a imagem vista um dia

A tristeza de ter a exótica visão

De sentir aquela jóia entre as mãos

...E ter que deixá-la...

Dá-lhe as costas.

Partir na escuridão...

E sufocando a tristeza

Admirar-lhe a beleza

Quando vê-la em outras mãos.