LAGO DOS SONHOS

Em algum lugar perdido no tempo

num tempo que não sei quando

minhas lembranças se perdem no ar

e divago por entre águas mansas

Sinto a água tocar-me com carinho

fazendo do meu corpo parte sua

vejo-me nua e tão dona de mim

senhora de um tempo que não contei

Uma brisa leve me acaricia inteira

meu corpo é templo que se descobre

solitário ali, mas tão completo

como se todo ele fosse também água

Volto num tempo de sonhos esquecidos

e me vejo na plenitude do meu ser

retalhos de saudades começam a flutuar

e neste instante desenha uma imagem

Sou eu mergulhada neste tempo

que se perdeu nos anos da lida

vejo-me criança, recém-nascida, feto

sem o peso da responsabilidade da vida

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 11/02/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T377142
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