Solidão Plena
No imenso vazio do espaço
não encontro um paradigma
em mim um não sei o que faço
para decifrar esse enigma
No profundo tudo imóvel
somente algumas visões disformes
querendo ou não, consciência móvel
buscando uma resposta uniforme
A espreita, a morte me cerca
em câmara lenta, presenças na memória
lembranças do passado me acerca
como inseridos numa história
Contradições surgem, é certo
como antigas confidências
no rosto, a expressão do incerto
esperando uma feliz coincidência
Momento de partida, desencanto
marcas deixando, um encanto
sem saber para onde ia, como seria?
anestesiada nada via, nada sentia
Só, na plenitude da solidão
a despeito do vazio na imensidão
no profundo, escondida, uma crença
que me fez sentir uma suave Presença.
sue2001
julho/2005