Ela era assim

Ela tinha uma risada nos olhos, uma doçura no semblante e uma lagrima nos sorrisos. Vestia lembranças com pintinhas de saudades, causava sapatos de partida, nutria amor pelas pessoas que escolhiam não ir embora, mesmo com toda a sua inconstância.

Tinha uma paixão gigante pelo agora. Amava pelo avesso, trazia em sua bagagem experiências de amores frustrados, alguns corações partidos, traumas e perdas irreparáveis, e mesmo assim, rodava com os dentes escancarados sempre quando o vento batia em seu rosto, trazendo a tona os mais doces momentos do qual muito fazia esforço de nunca esquecer.

E mesmo que a vida fosse por vezes áspera com ela, tinha sempre com sigo um canto, como os dos pássaros que lhe dava esperança de que depois de um dia de chuva certamente haveria de surgi um arco-íris. A memória dela é como música, coisa de artista, que acalanta a alma.

Memórias que fazem a vida ter um pouco mais de sentido, como se soasse ao longe um grito: SIM EU VIVI, AS MINHAS LEMBRANÇAS SÃO TESTEMUNHAS! As recordações de momentos mágicos que tanto relutava em manter-las vivas lhe escorriam sobre os dedos rápidos de mais, e ela queria tanto ter o poder de controlar, decidir, aqui eu quero estacionar. Porém o tempo não perdoava ninguém, nem mesmo a menina doce de gestos delicados.

LeilaCardoso
Enviado por LeilaCardoso em 28/06/2012
Código do texto: T3749014
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