La Basilique du Sacré Couer
 
 
 
Se dos teus olhos eu me perdesse,
Quem poderia me encontrar se não você!
Eu me perdi nos caminhos dos franceses,
Em frente à Gare Del Leste; difícil de vê
Quem anda na zona de La Basilique
Du Sacré Couer de Montmartre, à tarde
Quando, nas calçadas, oferecem haxixe
De forma elegante, ao passante, sem alarde...
Moços em turbas, tanto nas calçadas
Quanto nas esquinas desmembradas
Por raças heterogêneas, gêmeas de ideias...
Pois são confrades; abençoados por padres
No piso da Madre Igreja... Que assim seja!
Diz o pivete, que ri da Escola dos milagres.
 
Se, por acaso, eu me perdesse na subida
Da Igreja de Sacré Couer, num domingo
Onde todos se reúnem para ver a vida,
Que se passa na grande Paris; um gringo
Talvez achasse minha voz meio esquisita...
Não sei orar para as imagens que me olham
Diferente, condizente com a minha visita!
Porque eu fui aprender a forma como louvam
Os deveres episcopais! Eu vi pombos e pardais
Comendo na relva, picando o resto, dos crentes;
Sorvi os costumes dos alienígenas animais
Que faziam moradas em pastagens diferentes!
 
Mas eu não me perdi, apenas me escondi
Das coisas suntuosas da velha Paris!
Fingi que sabia de tudo, pois eu vira; e vi
Nas revistas, nos jornais, nos filmes que quis
A bela e a fera nas vozes romanas, latinas
Angolanas, argelinas; misto que veste o pátio
E as escadas de cores reluzentes dos magos
Que vendem e enganam os deuses, no átrio,
Que comem em copos e escondem-se nos lagos.
Pagos, os magos retribuem com prendas diversas
Juram verdades; misturam corpos e palavras
Um lema de enganadores e pagadores de promessas!
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 17/06/2012
Reeditado em 04/11/2014
Código do texto: T3728831
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