CORREGOZINHO DA MINHA INFÂNCIA

Quando eu era pequeno,lá na Fazenda,

Minha mãe lavava roupas no córrego,

Um lindo corregozinho de águas cristalinas!

Águas cristalinas, frias e doces!

Doces como as lembranças

Que trago da minha infância!

Lembro-me do esplendor da Natureza

Como um presente de Deus

Àquela mulher de vida dura e sofrida!

Sofrida, resignada e feliz mulher –

Trazia sempre um lindo sorriso nos lábios

E nos olhos, trazia do coração, a pureza!

Descrevê-la-ia duas palavras: fortaleza e ternura!

Vejo-a no córrego, esfregando, esfregando,...

E panapanás de borboletas enviadas por Deus -

As mais belas e coloridas borboletas - revoando

Ao seu redor dela e pousando nas brancas areias

Às margens do corregozinho formando belo tapete!

Tapete tão belo, não viram, as mais famosas rainhas!

O corregozinho ficou com boa parte de sua juventude,

De sua saúde, depositando em seu corpo as dores de hoje:

Artrite reumatoide, artrose,... não poupou, da dor, a dose!

Mas, do seu espírito, não venceram a fortaleza nem a ternura:

Ainda fala, com gratidão, das borboletas, dos peixinhos, das flores,...

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 17/06/2012
Código do texto: T3728713
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