A minha Eterna
Costureira... Da. Didi!...
Criaturinha do tipo franzinaCostureira... Da. Didi!...
De corpo delgado
De sorriso nos olhos
De mãos afáveis!...
Entre linhas, agulhas, dedais,
Uma mesa de corte,
Uma prancheta,
Modelos da época...
Maquina tocada a pedal
Uma Inglesinha Singer!...
Uma caderneta de anotações precisas...
Com a sua trena, busto, quadris, alturas,
Largura e medidas centimétricas e a fins exatos,
Eram passadas para os tecidos,
Através de moldes e riscos de giz.
Alfinetes, tesouras, alinhavos, pinces, pregas,
Seguia ritualmente aplicada
Em cada uma das suas execuções!...
Entretela, ourela, feltro
Filo, fio, forro, fustão, galão e gaze...
Tecidos estampados, crepe da china,
chiffon...
Tecidos finos, leves e ocasionais
Seda, javanesa, jersey,
Organdi, organza em fio de seda,
Percal fino em algodão,
E lustrosos em popeline...
Clássica gabardine inglesa!...
Alem dos tecidos encorpados
Gorgorão, helanca, juta, lã
E o finíssimo linho!...
Detalhes no corte godê,
Visando obter
Movimentos ondulados!...
Decotes na frente ou nas costas
Cavados ou cinturados!...
Com ou sem nesgas para dar
Mais ou menos amplidão!
Cortes sutis e belos
Que delineavam e ressaltavam volumes
Deixando-as cada vez mais belas...
Calada, concentrada
E às vezes cantarolando
Entre uma costura reta
E outras curvas ou detalhadas
Acompanhando delicadamente
A junção das peças...
Assim como um quebra-cabeça
Ia concluindo por fim
A sua obra final!...
Não parecia ser,
Mas era a sua cria
Cada peça definitivamente acabada!...
E o seu sonho que realizava sonhos!...
As suas obras-prima,
Confeccionados através
De suas delicadas mãos!...
Honrava-lhe a sua profissão
De costureira afamada!...
Assim, relembro-me com saudades
A minha adorada mãe costureira!...
Da. Didi mestre em sua arte,
Em seu amor e determinação
E na sua entrega e dedicação!...
Alinhavou a vida...
Entre linhas e retalhos!...
Por mim jamais serás esquecida
E que para sempre serás lembrada!...
Didi, Com carinho do teu filho amado!
Russas, 28 de Maio de 2012