BERÇO DE FOLHAS SOLTAS
Fazia longas poesias em folhas de papel almaço
as decorava com decalques lindos e brilhantes como uma unha
Colorida via a tarde
se ir
e no velho quintal as ferrugens eram pura poesia
As mangueiras sobressaltavam no vento
e ___upa !...___ caiam dois três frutos
era o ceú maduro despencando estrelas
Dormitava a tartaruga dentro da terra negra mostrando
as placas de ouro no casco inerte
adormecido de insólitos
A "terra brasilis" era o meu berço
cheio de folhas soltas, nossa mensagem a
um digno futuro...
Vinha vento sim vinha vento
passava pelas frestas da casa, asa
como se a quisesse elevar ao ar
como nas lendas indígenas a transformar
em estrela : nunca se acabasse
gota de azeite nesse céu de lendas
Um copo de leite saudava a aproximação
da noite... haveria luar. Via o mar
distante, cantando.
Era quando mariposas vinham de longe
e comíamos maçãs com dentadas brancas de sumo
vendo o sol cochilar entre nuvens
que o dia nunca acabasse mas a noite era bonita
a vida no chão Brasil era um regato de delícias
eu olhava o fim do caminho
que era um eterno recomeçar...