BERÇO DE FOLHAS SOLTAS

Fazia longas poesias em folhas de papel almaço

as decorava com decalques lindos e brilhantes como uma unha

Colorida via a tarde

se ir

e no velho quintal as ferrugens eram pura poesia

As mangueiras sobressaltavam no vento

e ___upa !...___ caiam dois três frutos

era o ceú maduro despencando estrelas

Dormitava a tartaruga dentro da terra negra mostrando

as placas de ouro no casco inerte

adormecido de insólitos

A "terra brasilis" era o meu berço

cheio de folhas soltas, nossa mensagem a

um digno futuro...

Vinha vento sim vinha vento

passava pelas frestas da casa, asa

como se a quisesse elevar ao ar

como nas lendas indígenas a transformar

em estrela : nunca se acabasse

gota de azeite nesse céu de lendas

Um copo de leite saudava a aproximação

da noite... haveria luar. Via o mar

distante, cantando.

Era quando mariposas vinham de longe

e comíamos maçãs com dentadas brancas de sumo

vendo o sol cochilar entre nuvens

que o dia nunca acabasse mas a noite era bonita

a vida no chão Brasil era um regato de delícias

eu olhava o fim do caminho

que era um eterno recomeçar...

Jorge Sunny
Enviado por Jorge Sunny em 01/06/2012
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