Alegre Aurora
Alegre aurora...
Suave no semblante
Encantante...
Do poeta deslumbrado
Aquela nascente
Alegre aurora...
Aformoseada com a ardor,
Daquela menina sem fulgor
Que bailava sem afoito
Naquela areia loura
Alegre aurora...
A amaciar sem albarda
O alvorecer inesquecível
Da praia bronzeada
Pelo sol doirado...
Alegre aurora humedecida
Em meus olhos de saudade...
Mas, a morena sugou
O meu alarde na tristonha alvorada
Alegre aurora
Algaraviada de crianças
Onde o álgido perpetrava
No museu de alianças
Desdém! Ouvia-se a queda dum alfarrábio...
O aluir das crianças...
Soterradas de dores
E lamurias...
Mas com robustez viviam.
Alegre aurora tão risonha...
Na folha do poeta!
Onde prudente,
A lírica no âmago ardia...
Alegre aurora...
Onde os carros suntuosos
Envaideciam-se e se sentia...
Ao longínquo o esbelto cantar das cegonhas...
Benguela, 10/07/2004