Alegre Aurora

Alegre aurora...

Suave no semblante

Encantante...

Do poeta deslumbrado

Aquela nascente

Alegre aurora...

Aformoseada com a ardor,

Daquela menina sem fulgor

Que bailava sem afoito

Naquela areia loura

Alegre aurora...

A amaciar sem albarda

O alvorecer inesquecível

Da praia bronzeada

Pelo sol doirado...

Alegre aurora humedecida

Em meus olhos de saudade...

Mas, a morena sugou

O meu alarde na tristonha alvorada

Alegre aurora

Algaraviada de crianças

Onde o álgido perpetrava

No museu de alianças

Desdém! Ouvia-se a queda dum alfarrábio...

O aluir das crianças...

Soterradas de dores

E lamurias...

Mas com robustez viviam.

Alegre aurora tão risonha...

Na folha do poeta!

Onde prudente,

A lírica no âmago ardia...

Alegre aurora...

Onde os carros suntuosos

Envaideciam-se e se sentia...

Ao longínquo o esbelto cantar das cegonhas...

Benguela, 10/07/2004

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 23/07/2005
Reeditado em 17/01/2006
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