insana

linha cruzada

encontros

olhares

um sorriso de hiena

um outro que quer amparo

mãos dadas

um crédito

uma entrega

um laço

que era nó

cega...

ela estava cega.

tempo senhor

a arrancar máscaras

levantar poeira

deslizes

mentiras

graves mentiras

lágrimas

prisão sem grades

torturas

mais profundas - na alma

foi à lama

à nocaute

à vergonha.

dedos apontam

do julgo

do abandono

distanciamento

dela de si mesma

dos outros dela mesma

solidão

fundo do poço

pouca a água

pouca a fé

em cozimento

à fogo brando.

parou

respirou

olhou-se, então

e fez as malas

guardou a ternura

e partiu.

largou as roupas

do medo

da vergonha

alma lacerada

e olha aos céus

clama ardente

estica os braços

e puxa

as "barbas" de Deus

e anjos "bombeiros"

apagam o fogo

do inferno que arde

e lavam-na

com compressas

de Amores e Perdão.

e levam-na

a um campo de flores

e ela, hoje

descansa em paz

e anda pela vida

a distribuir poesias

e flores e sorrisos

e sabe-se ainda

que ela continua

a plantar o Amor

nela mesma!

para que possa

distribuir

ao vasto mundo

insano.

Karla Mello

27 de Maio de 2012

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 27/05/2012
Código do texto: T3690138
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