Quimeras
Tenho um peito que delira
Quando em sonhos imagina
As notas doces numa lira
Ou no seio doce de menina
Quero viver e nos amores,
Perfumar a vida gentia,
Orvalhar todas essas dores
Suspirando uma elegia!
Quem sabe se meu sonho
De tê-la sufocando ao peito
Não seja a fé que ponho
No ansiar d’um virgem leito?
Não posso e sequer poderia
Verter em sangue esse amor
Das lágrimas a paixão só diria
Porque acalentas tanto pavor?
Porquanto minha alma fria
É a luz dos teus olhos alvos,
Meu pulso débil senão tremia
Como meus cabelos calvos!